PROVÉRBIOS DO SÉCULO XXl PARTE X

Não dou conselhos a quase ninguém, sequer a meus alunos. Mas se tivesse filhos, talvez o fizesse com bem mais frequência, mas por simples ócios de um ofício, ser pai. Na realidade, eu creio que a maioria das minhas conclusões a teu respeito não sejam muito precisas, o que eu apresento na realidade, são caminhos entre os nevoeiros da serra e das altitudes, que talvez, só você e mais ninguém saiba como caminhar por eles.

 O conselho é também, um dos discípulos mais fiéis da altivez, pois ele é muitas das vezes palavras e só palavras de indivíduos que pensam que dominam o futuro e que gostam de brincar de profeta se utilizando dos mais nobres sentimentos humanos. E por mais que sejamos as pessoas mais sábias da face da terra, a vida não nos garante nada. Por isso, a prudência se faz necessário, porém, não sob a estética moralista do conselho, mas na média, ela é uma constatação, as vezes incerta, pois nenhuma pessoa está imune ao imponderável das assolações. Mas mesmo assim é inegável, que em média as pessoas mais prudentes, têm os corpos mais espaçosos na hora de receber a bala perdida da aliada mais embriagada dos homens, a sorte.

Eldon de Azevedo Rosamasson

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